A versão mais jovem de mim não sabe o que
passei para chegar até aqui. Não tem nem ideia das coisas que fiz e das que
talvez eu me arrependa.
A versão mais jovem de mim é ingênua,
frágil e inexperiente em diferentes graus de maturidade. É apenas um ser humano
que cresce e aprende com os erros.
A versão mais jovem de mim gosta de coisas
que eu já enjoei e odeia coisas que passei a gostar. Afinal, não é esse o
joguinho doentio que a vida nos prepara?
A versão mais jovem de mim ainda não está
quebrada, ou pelo menos, não tem consciência disso; e os remendos do futuro não
a tornarão fraca como ao parecer, só a farão ser mais humana.
A versão mais jovem de mim veste roupas que
estão fora de moda e usa gírias ultrapassadas, canta músicas que geram
nostalgia e dança coreografias que eu já nem sou mais capaz de lembrar. E todas
essas coisas fazem parte do que eu era, parte do que eu sou e ainda serei.
A versão mais jovem de mim, não faz a menor
ideia de como é o amor, mas mal sabe ela que, no futuro, amará da forma mais
verdadeira possível.
A versão mais jovem de mim nem imagina as
alegrias que virão, as pessoas maravilhosas que conhecerá e os momentos que
parecem ter saído de um romance clichê.
Eu e a versão mais jovem de mim
compartilhamos a mesma história, caminhamos pelo mesmo caminho para que, talvez
algum dia, nos encontremos na minha própria essência.