O natal é uma das
minhas épocas preferidas do ano e o mais engraçado é que a minha família não
tem o costume de comemorá-lo. Meio estranho né?
Os japoneses não celebram
o natal, simplesmente porque não seguem uma religião em que exista Deus, por
isso, não comemoram o nascimento do menino Jesus. Minha família, como já
demonstra o sobrenome Teruya, é de descendência japonesa e não costumamos
comemorar o natal, não digo que todos os meus parentes são assim, mas as
pessoas que moravam na minha casa passavam o natal como se fosse outro dia
normal.
Só que, apesar de
eu parecer japonesa, eu não nasci no Japão. Nasci no Brasil. Isso significa que
eu sou 100% brasileira (assim como minha bisavó), mas com alguns rastros
culturais japoneses que aprendi em casa.
Vivi em um país que
comemora o natal (não que na Argentina eles não comemorem), então com certeza
eu faria parte dessa cultura. Eu era praticamente uma rena saltitante cantando
músicas natalinas, montava a árvore e sempre inventava novos enfeites se
possível, gastei muita cola, papelão e caixinhas de fósforos para isso. Eu era
a única que passava o dia 24 inteiro cantando músicas de natal enquanto a minha
família seguia seu dia normalmente, e no dia 25 eu acordava louca querendo ver o
que o Papai Noel havia deixado para mim.
Eu continuo amando
o natal e se ainda estivesse no Brasil, eu estaria saltitando e fazendo lindos
posts natalinos, mas eu não me sinto muito à vontade onde estou para demonstrar
a minha loucura natalina. Posso estar na Argentina, mas continuo em uma família
japonesa. A diferença é que aqui eles comemoram, mas não é a mesma coisa, é
como se fosse uma reunião de família, cheia de pessoas reclamando da vida, onde
a gente come uma ou outra coisa diferente e dá presente um para o outro, só
para dizer que a data não passou em branco. Ou seja, falta aquele “tchan”
natalino.
Acho que no fundo,
eu sinto falta é de passar o natal cantando igual a uma louca sem que as
pessoas olhem para a minha cara e digam “vos no sos más una nenita, tenés que
madurar”.
Credo, isso aqui já
está parecendo uma página revoltada de um diário velho que alguém achou jogado
no meio da rua. (De preferência um diário rosa com brilhinhos).
No fundo, é
para isso que os blogs servem <3 Compartilhar histórias, experiências de
vida, coisas legais... Então vamos falar de coisa boa!
Coisas que eu amo
no natal.
As músicas.
Para mim as músicas
de natal são maravilhosas, são elas que me trazem aquele clima de amor e
felicidade. Elas são capazes de despertar a criança de cinco anos que ainda
vive dentro de mim. É só a data se aproximar que já preparo a minha playlist natalina do Glee (isso porque eu nem curto Glee, mas as músicas covers deles
são mara!) e deixo no repeat.
Eu lembro muito bem
que até os meus quatorze anos, a minha casa sempre era invadida por músicas de
natal da Chiquititas, colocava o CD e deixava tocar o dia inteiro, ainda sei de
cor quase todas as músicas. Saudades dessa época...
Mas voltando ao
presente, ano passado eu fiz uma das melhores escolhas da minha vida em relação
às músicas natalinas! Escutar músicas estrangeiras, mas não essas em inglês e
espanhol, eu quero dizer músicas estrangeiras de lugares que eu nem conheço a
língua.
Minha música
preferida do momento é uma música Sueca. (Estou buscando a tradução, se alguém
souber, me avise!).
O Panettone.
Não sei vocês, mas
eu sou apaixonada por Panetone (#ecachocotone). Desde pequena ficava animada quando
os mercados ficavam cheios de Panetones, era um sinal de que uma das minhas
épocas preferidas do ano estava chegando.
Sem falar que eu adoro uva-passa, sou tipo aquelas tias que vocês odeiam
que saem colocando uva-passa em tudo, sorry, não posso me conter.
Só acho que
deveriam vender Panetone o ano inteiro... ou melhor, eu deveria aprender a
fazer um! Isso mesmo! Adorei a ideia, se vocês tiverem receitas de Panetones eu
estou aceitando!
Montar a árvore.
Para mim montar a
árvore de natal sempre foi algo especial, colocar todos os enfeites e as luzes
me deixava tão entorpecida, ainda mais ao som das Chiquititas. Lembro que eu
sempre a montava com a minha tia, era um momento especial de nós duas e eu só
fui me dar conta depois que ela foi embora. Já não tinha mais tanta graça
montar sozinha, mas mesmo assim eu o fazia porque ainda gostava de enfeitar e
deixar tudo lindo. Lembro que até fiz um trenó de papelão para colocar um alce
(sim, alce) que veio em um Kinder Maxi Ovo.
Hoje em dia, nem
árvore eu monto mais... Montei ano passado, mas não era o mesmo, não é nada
legal você montar uma árvore quando uma pessoa fica coordenando onde cada coisa
vai e fica mudando os enfeites que você colocou (sem falar que a tal pessoa se
apoderou dos enfeites que eu trouxe do Brasil). Montar a árvore é mais do que
fazer algo bonito e deixar largado na sala. Montar a árvore é um momento
especial que duas ou mais pessoas se unem para fazer algo lindo, sem que um
mande no outro, cada um deve se sentir livre para decorar da forma que quiser.
Sinta o espirito natalino e deixe os outros serem felizes, meu bem.
Depois que a minha
tia foi embora, a árvore mais especial que eu montei foi com a minha melhor
amiga Anna. Foi um natal muito especial que eu passei com a família dela, pessoas
de bem que me fizeram sentir como parte da família. Saímos para comprar todos
os enfeites e montamos aquela árvore gigantesca ao som da minha playlist de
Glee! No natal levei o meu tradicional pavê de maracujá e uns enfeites para a
gente colocar na cabeça, um dos meus melhores natais ♥.
Pavê de maracujá.
Nessas festas de fim de ano, a minha
tia tinha o costume de fazer pavê de maracujá, eu sempre a ajudava e me
deliciava com essa sobremesa (até hoje, na verdade. Como no café, no almoço, na
janta...). Para mim era de lei ter pavê de maracujá nessa época do ano e por
isso já fiz ele no Brasil, no Japão e na Argentina. Acabou se tornando a minha
sobremesa favorita e é super especial porque como uma vez por ano (tipo o
Panetone).
Dar presentes.
Ah, se você é meu amigo, com certeza
já recebeu algo que foi feito por mim.
Isso não é só quando é natal, afinal,
eu dou mais presentes durante o ano do que nessa data, mas não tem nada melhor
do que a sensação de quando a pessoa está animada e com os olhinhos brilhando
enquanto abre um presente que você fez ou comprou com tanto carinho. Eu me
sinto sempre tão feliz ao entregar o presente e faço questão de estar aí para
quando a pessoa o abra, também gosto de gravar a reação porque... sei lá, gosto
de gravar coisas hehe.
A única coisa que eu posso dizer é que
é uma das melhores sensações da vida ♥. Agora
entendo porque Papai Noel faz isso há muito e muitos anos.
Esse post é muito especial
porque faz parte do Projeto Amorzices da Mel, Lominha e Maki! Achei muito linda
a iniciativa delas de trazer de volta o amor para a blogosfera, acho que ele
sempre esteve presente, mas nos últimos anos as pessoas esqueceram esse lado
mais “diário pessoal” e só pensaram em “money, money, money”, acontece... Às
vezes a tecnologia foge do nosso controle e avança para um lado mais comercial.
O importante é que ainda existem muitas pessoas como elas que querem espalhar o
amor através dos posts e por isso eu decidi ser uma delas. Sempre disse que me
expresso por aquilo que escrevo e nada mais justo do que compartilhar um
pedacinho meu com vocês (não só em posts de desgraça alheia como os das minhas
aventuras por Buenos Aires hehe).
Beijos e boas
festas!
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