Coisas que eu amo dessa época do ano.

19.12.17


O natal é uma das minhas épocas preferidas do ano e o mais engraçado é que a minha família não tem o costume de comemorá-lo. Meio estranho né?

Os japoneses não celebram o natal, simplesmente porque não seguem uma religião em que exista Deus, por isso, não comemoram o nascimento do menino Jesus. Minha família, como já demonstra o sobrenome Teruya, é de descendência japonesa e não costumamos comemorar o natal, não digo que todos os meus parentes são assim, mas as pessoas que moravam na minha casa passavam o natal como se fosse outro dia normal.

Só que, apesar de eu parecer japonesa, eu não nasci no Japão. Nasci no Brasil. Isso significa que eu sou 100% brasileira (assim como minha bisavó), mas com alguns rastros culturais japoneses que aprendi em casa.

Vivi em um país que comemora o natal (não que na Argentina eles não comemorem), então com certeza eu faria parte dessa cultura. Eu era praticamente uma rena saltitante cantando músicas natalinas, montava a árvore e sempre inventava novos enfeites se possível, gastei muita cola, papelão e caixinhas de fósforos para isso. Eu era a única que passava o dia 24 inteiro cantando músicas de natal enquanto a minha família seguia seu dia normalmente, e no dia 25 eu acordava louca querendo ver o que o Papai Noel havia deixado para mim.


Descrevendo o meu natal assim, parece que eu era uma criança meio solitária, a ovelha negra da casa. Mas a verdade é que eu nem notava, estava tão feliz que para mim era normal saltitar por aí sozinha. Hehe... digo, Hohoho.

Eu continuo amando o natal e se ainda estivesse no Brasil, eu estaria saltitando e fazendo lindos posts natalinos, mas eu não me sinto muito à vontade onde estou para demonstrar a minha loucura natalina. Posso estar na Argentina, mas continuo em uma família japonesa. A diferença é que aqui eles comemoram, mas não é a mesma coisa, é como se fosse uma reunião de família, cheia de pessoas reclamando da vida, onde a gente come uma ou outra coisa diferente e dá presente um para o outro, só para dizer que a data não passou em branco. Ou seja, falta aquele “tchan” natalino.

Acho que no fundo, eu sinto falta é de passar o natal cantando igual a uma louca sem que as pessoas olhem para a minha cara e digam “vos no sos más una nenita, tenés que madurar”.


Credo, isso aqui já está parecendo uma página revoltada de um diário velho que alguém achou jogado no meio da rua. (De preferência um diário rosa com brilhinhos).

No fundo, é para isso que os blogs servem <3 Compartilhar histórias, experiências de vida, coisas legais... Então vamos falar de coisa boa!

Coisas que eu amo no natal.

As músicas.


Para mim as músicas de natal são maravilhosas, são elas que me trazem aquele clima de amor e felicidade. Elas são capazes de despertar a criança de cinco anos que ainda vive dentro de mim. É só a data se aproximar que já preparo a minha playlist natalina do Glee (isso porque eu nem curto Glee, mas as músicas covers deles são mara!) e deixo no repeat.

Eu lembro muito bem que até os meus quatorze anos, a minha casa sempre era invadida por músicas de natal da Chiquititas, colocava o CD e deixava tocar o dia inteiro, ainda sei de cor quase todas as músicas. Saudades dessa época...


Mas voltando ao presente, ano passado eu fiz uma das melhores escolhas da minha vida em relação às músicas natalinas! Escutar músicas estrangeiras, mas não essas em inglês e espanhol, eu quero dizer músicas estrangeiras de lugares que eu nem conheço a língua.


Minha música preferida do momento é uma música Sueca. (Estou buscando a tradução, se alguém souber, me avise!).

O Panettone.


Não sei vocês, mas eu sou apaixonada por Panetone (#ecachocotone). Desde pequena ficava animada quando os mercados ficavam cheios de Panetones, era um sinal de que uma das minhas épocas preferidas do ano estava chegando.  Sem falar que eu adoro uva-passa, sou tipo aquelas tias que vocês odeiam que saem colocando uva-passa em tudo, sorry, não posso me conter.



Só acho que deveriam vender Panetone o ano inteiro... ou melhor, eu deveria aprender a fazer um! Isso mesmo! Adorei a ideia, se vocês tiverem receitas de Panetones eu estou aceitando!

Montar a árvore.


Para mim montar a árvore de natal sempre foi algo especial, colocar todos os enfeites e as luzes me deixava tão entorpecida, ainda mais ao som das Chiquititas. Lembro que eu sempre a montava com a minha tia, era um momento especial de nós duas e eu só fui me dar conta depois que ela foi embora. Já não tinha mais tanta graça montar sozinha, mas mesmo assim eu o fazia porque ainda gostava de enfeitar e deixar tudo lindo. Lembro que até fiz um trenó de papelão para colocar um alce (sim, alce) que veio em um Kinder Maxi Ovo.


Hoje em dia, nem árvore eu monto mais... Montei ano passado, mas não era o mesmo, não é nada legal você montar uma árvore quando uma pessoa fica coordenando onde cada coisa vai e fica mudando os enfeites que você colocou (sem falar que a tal pessoa se apoderou dos enfeites que eu trouxe do Brasil). Montar a árvore é mais do que fazer algo bonito e deixar largado na sala. Montar a árvore é um momento especial que duas ou mais pessoas se unem para fazer algo lindo, sem que um mande no outro, cada um deve se sentir livre para decorar da forma que quiser. Sinta o espirito natalino e deixe os outros serem felizes, meu bem.


Depois que a minha tia foi embora, a árvore mais especial que eu montei foi com a minha melhor amiga Anna. Foi um natal muito especial que eu passei com a família dela, pessoas de bem que me fizeram sentir como parte da família. Saímos para comprar todos os enfeites e montamos aquela árvore gigantesca ao som da minha playlist de Glee! No natal levei o meu tradicional pavê de maracujá e uns enfeites para a gente colocar na cabeça, um dos meus melhores natais .

Pavê de maracujá.


Nessas festas de fim de ano, a minha tia tinha o costume de fazer pavê de maracujá, eu sempre a ajudava e me deliciava com essa sobremesa (até hoje, na verdade. Como no café, no almoço, na janta...). Para mim era de lei ter pavê de maracujá nessa época do ano e por isso já fiz ele no Brasil, no Japão e na Argentina. Acabou se tornando a minha sobremesa favorita e é super especial porque como uma vez por ano (tipo o Panetone).



Dar presentes.


Ah, se você é meu amigo, com certeza já recebeu algo que foi feito por mim.

Isso não é só quando é natal, afinal, eu dou mais presentes durante o ano do que nessa data, mas não tem nada melhor do que a sensação de quando a pessoa está animada e com os olhinhos brilhando enquanto abre um presente que você fez ou comprou com tanto carinho. Eu me sinto sempre tão feliz ao entregar o presente e faço questão de estar aí para quando a pessoa o abra, também gosto de gravar a reação porque... sei lá, gosto de gravar coisas hehe.



A única coisa que eu posso dizer é que é uma das melhores sensações da vida . Agora entendo porque Papai Noel faz isso há muito e muitos anos.


Esse post é muito especial porque faz parte do Projeto Amorzices da Mel, Lominha e Maki! Achei muito linda a iniciativa delas de trazer de volta o amor para a blogosfera, acho que ele sempre esteve presente, mas nos últimos anos as pessoas esqueceram esse lado mais “diário pessoal” e só pensaram em “money, money, money”, acontece... Às vezes a tecnologia foge do nosso controle e avança para um lado mais comercial. O importante é que ainda existem muitas pessoas como elas que querem espalhar o amor através dos posts e por isso eu decidi ser uma delas. Sempre disse que me expresso por aquilo que escrevo e nada mais justo do que compartilhar um pedacinho meu com vocês (não só em posts de desgraça alheia como os das minhas aventuras por Buenos Aires hehe).



Beijos e boas festas!

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