Leia escutando essa música.
Por muito tempo pensei que só podia acreditar naquilo
que estava diante dos meus olhos. Negando de forma errônea a existência da
própria vida. Estava cega por ver através da luz que refletia aos meus olhos.
Era capaz de olhar, mas não de ver o que estava guardado dentro de mim, de
certa forma, eu me negava.
Olhar para dentro de si. Qual era o objetivo?
Dentro de mim havia um conjunto de células, músculos,
órgãos e ossos, sangue quente correndo por minhas veias. Tudo funcionava bem,
mas na verdade, eu não me sentia assim, havia algo no meu interior que eu não
podia enxergar e muito menos entender.
Como encontrar aquilo que meus olhos não veem?
Ouço ao meu redor vozes incansáveis gritando e
almejando o amor. Sussurros que chegam como vento, desejam a felicidade.
Soluços entrecortados por vozes embargadas pedindo para que a dor vá embora.
O que é isso que eu posso sentir, mas não ver?
Há algo guardado em mim que afeta meu corpo, meu
cérebro, minha alma — essa a qual tampouco parece existir. Escuto meus
pensamentos como vozes misteriosas dentro de uma caixa sem fim e tenho medo.
Medo de descobrir quem realmente sou, de enfrentar o
invisível sensível, de não gostar da pessoa que me tornarei algum dia.
Medo de ir atrás da minha própria essência.
Deixarei algo inanimado tomar conta de minhas ações e
pensamentos, para assim encontrar o que eu busco. Deixarei que os meus
sentimentos encontrem sua porta de saída, sensações essas que ainda não
compreendo bem, mas que deixei trancadas por muito tempo por não saber como
sentir algo invisível, que na verdade, está presente no olhar e nos pequenos
gestos involuntários que insistimos em realizar.
Antes de começar a ler este post, acho que devo introduzir uma trilha sonora, então pegue uma bebida quente, sente-se em um lugar confortável e escute a música. Aproveite a leitura!
...
Um dos meus primeiros
posts no Wix foi uma comparação entre essas duas plataformas e aqui não poderia
ser diferente!
Eu sempre quis ter um blog
que fosse prático para editar, que pudesse me oferecer mil e uma possibilidades
de personalização com um mecanismo simples e fácil de usar. Essas foram as
principais características que me chamaram a atenção no Wix, eles propunham
sites profissionais com um simples copiar e colar (e não posso negar que meus
layouts sempre foram maravilhosos, claro que com a ajuda do Sergio Boaventura, o
resultado não poderia ser diferente. Adoro seu trabalho!).
Mas talvez, toda essa belezura tenha me cegado por um bom tempo.
Mas talvez, toda essa belezura tenha me cegado por um bom tempo.
O Pandinando de dois anos
atrás teve uma época de “ouro”, por assim dizer, posts diversificados toda
semana, divulgações incansáveis em redes sociais, e o resultado disso? Curtidas
no facebook e nenhum comentário, e sabe o motivo? Problemas na plataforma.
O Wix pode oferecer vários
apps e entre eles temos os de comentários que SEMPRE dão problema. O do próprio Wix possui um limite de comentários (a não ser que você pague), o do facebook
tornou-se incompatível e o muut decidiu desvincular-se da plataforma. (Eu me
iludi muito achando que esse último era perfeito para mim).
E o que fazer quando você
não pode interagir com os leitores?
Na verdade, eu nem tinha
muitos. Talvez fosse o conteúdo, falta de divulgação ou incapacidade da minha
parte. Mas uma coisa era certa, meus posts demoravam décadas para aparecer no Google, eu pesquisava sobre o blog e aparecia qualquer coisa, menos o que eu
buscava. Ou seja, meus posts nunca atingiram muitos leitores através das
pesquisas do Google que é a ferramenta mais utilizada no mundo.
Falando em Google, o Wix
não pertence a ele! E talvez por isso que o seu adsense não funcione no seu
blog (que foi o meu caso), então você terá que procurar outros apps
equivalentes como o Lomadee. E falando em adsense, você não podia ver os dados
de tráfego do seu blog se não pagasse (agora eles mudaram isso e eu pude
comprovar que os meus posts realmente não chegavam até as pessoas).
E quais são os benefícios
de ter o wix pago?
Seus posts demoram menos
para aparecer no Google (mas continuam não sendo os primeiros resultados da sua
pesquisa), domínio (sai aquela coisa horrível de
seunome.wixsite.com/nomedosite), aqueles anúncios de “faça seu blog com o wix”
são retirados, você tem uma dimensão maior no blog (em relação ao corpo do
blog, cabeçalho e banner), maior capacidade de armazenamento de multimídia.
Basicamente isso.
E eu me iludia achando que
ao pagar uma assinatura, iria ter acesso a todos os aplicativos, que nada! Cada
um deles possui seu preço já que o Wix não é dono deles. Se eu senti alguma
diferença com a assinatura? Só no tamanho do blog, na url e nos banners chatos
do Wix que foram embora.
Fora isso, o site
continuava o mesmo.
E não posso esquecer de
mencionar a lentidão, às vezes nem eu conseguia acessar o meu próprio blog de
tão lento que era, acessar pelo celular era impossível! Tanto é que a média de permanência
das pessoas era menos de um minuto, isso porque a maioria buscava um
acesso móvel e o site não carregava. No computador funcionava bem, mas quem usa
um hoje em dia, não é mesmo?
Depois de todo esse
perrengue e uma pitada de esperança que o Wix fosse melhorar cada vez mais (e
olha que apesar de tudo, eles escutam os users e melhoraram MUUUUITO comparado
com a época que entrei). Finalmente resolvi tomar vergonha na cara e voltar
para o meu querido e humilde blogger que sempre esteve aqui quando eu precisei.
Apesar do meu problema com html e desejo extremo pela personalização, sei que
ele pode trazer aquilo que eu quero, que é contato com os leitores, que os meus
posts cheguem até as pessoas de verdade e que eles consigam acessar o blog sem
problemas.
O Blogger é uma comunidade
grande e sei que será mais fácil para as pessoas me encontrarem e me
acompanharem por aqui. Principalmente pela acessibilidade que o Google proporciona
para a plataforma.
O único que eu tenho a
dizer agora é: Hello Blogger, here we go again.
Foi em um carnaval que eu te reencontrei. Eu já não era mais a mesma e
tampouco você, mas sabia que nós dois lembrávamos da sensação do antes. Aquela
sensação familiar que nós buscávamos nos outros, mas agora não adiantaria, não
poderíamos viver como no passado se já não tínhamos a mesma essência.
Ao encarar-te não soube exatamente o que fazer. Você ainda não havia
notado a minha presença, ruborizei só de imaginar a cena, você me notando no
meio de tantas pessoas ao seu redor.
Havia um mar de corpos dançantes que nos separava, e eu não era uma pessoa chamativa entre tantas caracterizadas. Ali estava eu, sem fantasia, somente sendo eu mesma, sem chamar a atenção.
De repente você jogou os confetes para o alto e decidiu acompanhar sua
caída ao solo, logo, como imãs, seus olhos encontraram os meus.
Sua primeira expressão foi de espanto, os olhos arregalados e a
boca entreaberta não mentiam. Minhas pernas fraquejaram, parecia ter um
formigueiro inteiro dentro do meu corpo. "Ele virá ou
não?", eu me perguntava analisando as possibilidades para sair correndo
sem morrer esmagada ou pisoteada.
Ainda hipnotizada por seus olhos, você sorriu fazendo com que as
formigas fossem embora e só me restasse aquele sentimento de vazio, uma saudade
extrema como um pedaço meu roubado.
O que eu supostamente deveria fazer? Retribuir o sorriso? Um aceno de cabeça? Ir embora sem olhar para trás?
Sorri, mas não exatamente porque queria. Você me contagiou, da mesma
forma que sempre havia feito, era capaz de mudar o meu humor com simples gestos
e toques.
Você virou-se para falar com os amigos e eu aproveitei para fingir que
nada havia acontecido. Continuei dançando de costas, assim não me martirizaria
por um amor de um passado recente. Minha cabeça estava pesada, por fora eu
estava leve e dançava como as plumas nas cabeças das passistas, porém, um
grande elefante imaginário havia sentado sobre mim.
Sem ao menos notar sua aproximação, você me abraçou por trás. Senti seu corpo encaixar perfeitamente ao meu e o calor humano que emanava dele me reconfortava, eu me sentia finalmente em casa.
Estanquei no lugar me perguntando "por que sou tão
autodestrutiva?", "acabou, não acabou?", "será que ele está
bêbado?". Então ouvi sua voz ao pé do meu ouvido:
— Eu ainda te amo — meu corpo gelou por inteiro, o elefante tentou
levantar-se, mas acabou caindo em cima de mim me machucando internamente.
Suas mãos macias me envolveram e uma parte do meu ser queria ficar, mas
era errado e eu sabia disso. Precisava fugir de você, amava quem você era no
passado e não posso me iludir com a miragem de algo que um dia você já foi.
De repente uma luz acendeu em minha mente. Eu precisava quebrar essa
corrente invisível que nos ligava e espantar esse elefante imaginário. Em meio
a serpentinas e confetes, eu o vi, o meu futuro. Desatei-me das amarras do
passado e me afastei de você caminhando até ele. Sorri tímida e ele não sabia
ao certo o que fazer, parecia não pertencer àquele mundo e tampouco eu. Tomei
uma atitude e me aproximei, nossos narizes roçaram. Segundos depois ele me
puxou e nós estávamos nos beijando. Eu já não era mais prisioneira e poderia
seguir em frente.
O elefante correu para longe e as amarras se dissolveram. Agora eu era
finalmente livre.