Hello
Pandas! Dessa vez estou aqui para falar um pouco desse livro que o amigo do meu
padrasto me emprestou (sim, li em espanhol! Sim, demorei cinco meses para ler e
já já vocês entenderão o motivo). Agora vamos ao que realmente interessa!
Tokio Blues – Norwegian Wood.
O
livro se inicia quando Toru Watanabe, um homem na casa dos trinta, está em uma
viagem de avião onde a música Norwegian Wood começa a tocar, a partir desse momento,
ela o leva para tempos distantes onde ele era jovem e fez uma promessa para uma
garota que amava.
Toru,
19 anos, é um estudante de teatro que atualmente mora em um alojamento de
garotos. Mudou-se para Tóquio depois do suicídio inesperado de seu melhor
amigo, fato que ainda o atormentava. O jovem nunca entendeu o motivo de sua morte,
já que o amigo sempre parecia estar feliz e ser capaz de tudo.
Este
amigo que cometeu suicídio se chamava Kizuki e tinha uma namorada chamada
Naoko. Os três (Toru, Kizuki e Naoko) eram amigos e costumavam sair juntos. Até
o momento, Toru não havia despertado nenhum interesse romântico pela garota e
muito menos ela por ele.
Mais
tarde, Naoko e Toru acabam se encontrando por acaso em Tóquio. Nesse instante
sua relação começa a florescer, os dois estão ligados pela dor, melancolia e
morte de seu amigo (namorado no caso da garota). Eles se confortam e somente um
pode entender a dor do outro.
Naoko
já havia passado por uma experiência similar com o suicídio de sua irmã e após
uma série de acontecimentos entre ela e Toru, Naoko entra em uma depressão
profunda e é internada em um tipo de clínica afastada da sociedade onde existem
várias atividades como o plantio e contato com animais.
Nesse
meio tempo Toru faz amizades na faculdade. Conhecemos Nagasawa; o tipo pegador
que não se importa muito com os sentimentos alheios e possui um caráter
individualista, tem uma namorada ciente de suas “amantes” e não se importa
muito com isso; e conhecemos Midori, uma garota forte que passou por traumas em
sua família, é uma personagem completamente a frente de seu tempo (contando que
o livro se passa na década de 60), possui uma personalidade forte, enorme
curiosidade e não tem “papas na língua”. Logo de cara Toru fica fascinado pelas
conversas malucas com a jovem e um certo carinho começa a surgir por ela.
Toru
vai visitar a Naoko e conhece Reiko, uma mulher mais velha que fora do centro
psiquiátrico era professora de música. Nessa parte do livro vemos o quanto Toru
está disposto a manter a sua relação com Naoko. Conhecemos um pouco mais sobre
a história de Reiko e seus traumas do passado.
Ao
voltar para casa, ele passa mais tempo com Midori, a ajuda com seu pai doente e
tem várias conversas excêntricas. Constrói uma bela relação com a garota.
Ao
final Toru se encontra confuso em relação aos seus sentimentos, tem certeza de
que ama duas mulheres; uma frágil e delicada, e outra forte cheia de vida. Ele
tem uma escolha a fazer e no fundo sabe quem deve escolher.
Hora da verdade.
Na
minha opinião é um livro que se eu visse nas livrarias, eu não o leria. Isso
porque eu costumo ler livros mais fictícios, fantásticos, uma coisa mais
engraçada para descontrair.
Esse livro é completamente o oposto, ele é recheado
de assuntos reais e densos. Ele fala sobre depressão, suicídio, estupro,
sexo... ou seja, realmente não faz parte da minha preferência literária.
○ Pontos
positivos:
Vamos
começar falando bem! Gostei da forma como o escritor retratou a realidade,
infelizmente todas essas coisas, boas ou ruins, estão ao nosso redor e temos
que aprender a conviver com elas.
O
livro se passa no Japão e podemos notar nitidamente a cultura japonesa e aquela
questão da busca pela perfeição que existe na sociedade japonesa, esse querer
ser o melhor, a ideia de que são capazes de muito mais. O problema é que nem
sempre é possível alcançar a perfeição que eles almejam e é por esse motivo que
o Japão possui uns dos índices mais altos de suicídios e o autor retratou muito
bem isso. A pressão que existe por ser alguém, por atingir essa perfeição e a
válvula de escape para acabar com o sofrimento.
*
Caso vocês não saibam, os japoneses têm uma certa dificuldade em expressar os
seus sentimentos e muitas vezes essa falta de expressão entre os familiares e
os amigos combinado com a pressão por alcançar a perfeição faz com que a pessoa
acumule vários sentimentos e “explodindo”, e assim cometem suicídio.
Outra
coisa que gostei é a forma como ele consegue demonstrar a depressão. Ela é
triste, confusa e vazia. O autor conseguiu mostrar que a pessoa depressiva
muitas vezes aparenta estar bem e até mesmo feliz; porém apresenta sutis sinais
que são como pedidos de socorro, que muitas vezes não são notados; e então um
dia eles transbordam e entram em colapso.
Uma
das melhores personagens é a Midori, ela é jovem, viva e disposta a fazer as
maiores loucuras para descobrir mais sobre o mundo. É questionadora e consegue
falar sobre tudo, principalmente temas considerados como tabu. É meio louca e
faz o que quer. Gostei muito disso porque são em suas cenas que existe essa quebra de roteiro depressivo.
○ Pontos
negativos:
É
um livro de tamanho relativamente normal em torno de 300 páginas, os capítulos
são exageradamente longos (onze para ser exata). A história para mim se
arrastou muito, existem muitas cenas desnecessárias, personagens que somem e
que se não existissem não fariam falta. Eu senti o tempo inteiro como se o
livro nunca fosse acabar. Também senti uma inconstância de ritmo, às vezes os
acontecimentos estão lentos e de repente o personagem fica mais velho e muda
completamente.
O
livro está recheado de cenas de sexo, o que não me agradou muito. *SPOILER
ALERT* Há uma cena um tanto quanto “doentia” (talvez não seja a melhor palavra
para descrever, mas não consigo encontrar outra) em que uma adolescente de 14
anos manipula a professora de música de 31, a engana e a convence a fazer sexo
com ela enquanto a professora não quer, a garota meio que estupra e não estupra
a mulher, é confuso e estranho. Sem falar que o personagem principal se
aproveita da fragilidade e tristeza de Naoko e tem a brilhante ideia de
confortá-la fazendo sexo com ela! Simples assim...sem nem saber se ela
realmente queria.
Achei
uma leitura extremamente pesada, exatamente pelo livro se tratar de depressão,
suicídio, morte e sexo. Com certeza não é um livro que eu leria para ficar
contente ou passar um dia tranquilo. É um livro denso feito para reflexionar.
Eu
tive a sensação de que o personagem principal teve relações sexuais com todas
as mulheres citadas nesse livro, com a namorada do amigo morto, com a Midori e
inclusive com a mulher mais velha que era professora de música. Sem falar nas
saídas dele que tinham exatamente esse objetivo. Acho que teve uma exaltação
muito grande nesse sentido, relatando o quanto ele conseguia encantar as
mulheres mesmo sendo um tanto incomum.
A
maioria das resenhas que li sobre esse livro foram positivas, sei que ele é
super prestigiado, mas sinceramente eu não gostei. Não é o meu tipo de gênero e
em certas horas que estava lendo, fiquei com vontade de desistir do livro, mas
eu o terminei. E para confessar, achei o final completamente sem sentido e com
certeza poderia terminar melhor, senti que foi algo de qualquer jeito em que o
autor estava com pressa de acabar e fez qualquer coisa.
Talvez
eu não seja o madura o suficiente para ele ou não seja capaz de enxergar a
beleza da história, quem sabe talvez no futuro eu releia e encontre toda essa
empatia e “maravilhosidade” que tanto as pessoas se referem.
Autor:
Haruki Murakami.
Editora:
Alfaguara/Objetiva.
Nº
de páginas: 360
ISBN: 9788560281527
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