Imagem por BiancaVanDijk sob licença Creative Commons |
Você não
quis lutar pelo nosso amor e está tudo bem.
Porque não
há soldado cansado que chegue bem no final da guerra, e você não sobreviveria
nessa guerra que é o amor.
Jamais
abdicaria seu estilo de vida por outro, para viver em conjunto. A solidão era
mais fácil de lidar, sem ruídos, nem sequer um murmuro, já que eu sentia que a
minha presença incomodava mais do que te enchia de vida.
Já sei que
meus bombardeios de carinho não foram o suficiente, assim como seus braços
protetores nunca poderiam proteger-me de mim mesma.
E quando eu
mais precisava, você me soltou, quase como uma bomba atômica. Mas, no final,
era isso o que eu queria e nunca teria sido capaz de fazê-lo.
Cada incômodo
seu se convertia em navalhas de tortura e eu só pude me afastar para te dar
espaço, recuei tentando não converter a situação em um martírio, mas eu já não pertencia
ao seu mundo. E meu corpo decaía, sem forças, imaginando onde essa dança nos
levaria.
Você nunca
entendeu o meu pedido de socorro e como eu poderia pensar que o faria? Já que
tudo estava escondido nas entrelinhas que você nunca interpretaria.
No final, toda
a nossa luta não nos levou a nenhum lugar... terminou antes de que eu pudesse dar
um último suspiro, porque você decidiu por nós.
Você
decidiu abandonar-nos.
E eu
entendo, cada um deve escolher as batalhas que pode lutar e ambos já estávamos
lutando por motivos diferentes, chegando a lugar nenhum.
Eu te
deixei ir e você me deixou ir, sem mais nem menos, tudo voltou ao que era
antes. Cada um no seu canto, um pouco mais vazio, no silêncio.